O
ex-ator Guilherme de Pádua, concedeu uma entrevista ao Jornal Correio
no último sábado, na qual falou sobre os seis anos em que ficou preso
por matar a atriz Daniella Perez. Evangélico, o agora obreiro da Igreja
Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte falou sobre arrependimento,
mudança de vida e rejeição. “A pessoa que errou muito tem maior
facilidade de reconhecer que precisa mudar”, afirmou durante a
entrevista.
“A Bíblia também nos ensina que existe uma coisa, que é pior que o
pecado: a falta de arrependimento. Todos precisam de Jesus. Essa
afirmação parece muito forte, principalmente vindo do Guilherme de
Pádua”, ressaltou.
Durante o culto que ministrou na Igreja Assembleia de Deus, em
Conselheiro Lafaiete, o ex-ator afirmou: “Entre seguir sair criminoso da
prisão e ter uma mudança de vida, optei pela conversão, pelo caminho de
Deus. A Bíblia também nos ensina que tem uma coisa, que é pior do que o
pecado: a falta de arrependimento. Vim mostrar para as pessoas como um
cara tão desviado e tendente às coisas vazias tornou-se tão apaixonado
por Jesus Cristo”.
Falando sobre as pessoas que o levaram a conhecer o evangelho, Pádua
contou: “Muitos irmãos pagaram um alto preço de esperar debaixo do sol e
tirar um dia da sua semana para visitar aqueles que a sociedade tem
como vermes. A princípio, é claro que eu queria debater com eles,
mostrar as minhas opiniões, mas, aos poucos, fui me deixando tocar por
aquelas verdades que eles diziam”.
Ele afirmou ainda que, antes de se converter, tinha preconceito
contra evangélicos e que sente muito pesar por não ter conhecido antes
os valores pregados pela religião. Afirmando acreditar que Deus tem um
propósito na vida de todas as pessoas, ele conta que não acreditava que
sairia vivo do presídio e que até hoje tem pessoas que torcem para ver
sua desgraça.
Afirmando que chegou a desistir da vida, o ex-ator afirma que não
mais se importa com as opiniões sobre ele e que não abre mão de sua fé.
“Não estou dizendo isso para comover ninguém, pelo contrário, sei que
vão falar que, depois de ter feito o que fiz, virei crente. Mas o que as
pessoas falarem ou pensarem também não significa nada porque, no final,
ou eu vou para junto do Pai ou eu não vou”, afirmou.
Quando perguntado se acha que pagou por seu crime, Guilherme de Pádua
disse que nem se morresse seria possível pagar a dor da família. Mas
ressalta que a mudança de vida é o melhor resultado que se pode esperar
de alguém que cometeu um crime desse tipo. Comparando seu caso com o de
outras pessoas condenada por homicídio, e que vivem sem serem
perseguidas, ele desabafou: “Sofro perseguição há 20 anos. Quantos
outros condenados por homicídio estão andando por aí e tendo suas vidas
normais? Se formos pensar por esse lado, eu pago mais do que qualquer
outro”.
Ele concluiu a entrevista dizendo que não comenta mais sobre o crime
porque prefere trazer à memória as coisas que o dão esperança, e
ressalta que cumpriu o que a lei determinou a ele como pena e que nunca
se colocou contra as determinações da justiça sobre o caso.
Fonte: Gospel+