Está
acontecendo nesse fim de semana no Egito o segundo turno da eleição
presidencial, na qual o primeiro presidente pós-Mubarak será escolhido
nas urnas. Em todo o país é tida como certa a preferência dos cristãos
pelo candidato secular Ahmed Shafiq, rival do islamista Mohamed Mursi,
da Irmandade Muçulmana. Porém, alguns cristãos seguem a ordem oposta
dessa lógica declararam seu apoio ao candidato islâmico.
Shafiq, é ex-ministro de Hosni Mubarak e é tido como uma escolha
natural dos mais de 8 milhões de cristãos no Egito que temem que, se
escolhido, Mursi transformaria o país em um Estado islâmico e ameaçaria
as minorias.
De acordo com o Terra, muitos cristãos afirmam não se encaixar em um
perfil amedrontado pelo islamismo e se declararam a favor de Mursi. “Sou
cristão, mas não acho que me encaixo no perfil de grupo religioso
amedrontado com islamistas. Votar em Shafiq apenas por ser secular e
para barrar os islamistas é trair a revolução”, declarou por telefone o
cristão copta Kamal Zuheir, ativista e advogado.
Zuheir afirmou ainda que os cristãos coptas estão sendo erroneamente
associados à figura de Shafiq e a elite pró-Mubarak. “Associar os
cristãos como elite é um grande erro. Muitos coptas sofrem dos mesmos
problemas sociais e econômicos que os muçulmanos. Durante os anos de
Mubarak, os cristãos sofreram abusos de direitos humanos e intimidações
das forças de segurança”, salientou.
Segundo o ativista, algumas das piores atrocidades cometidas contra a
comunidade cristã aconteceram durante o regime de Mubarak. E que Shafiq
recebeu o apoio apenas da velha geração, cenário que não foi o mesmo
com os jovens.
“Em geral, jovens cristãos ativistas votaram em massa para o
candidato nasserista de esquerda Hamdeen Sabbahi porque era a lógica da
revolução. Isso não quer dizer que um candidato como Mursi (Irmandade)
não seria uma opção. E Shafiq não é uma opção obrigatória só porque
somos cristãos”.
Fonte: Gospel+