Depois
de sofrer um AVC em 2006, o britânico Tony Nicklinson teve como
consequência uma rara condição médica conhecida como “Síndrome do
Encarceramento”, tendo perdido todas as capacidades de movimento, mas
com seu cérebro continuando intacto.
Mesmo plenamente consciente, o britânico não consegue mais controlar
ser corpo, que não responde a nenhuma ordem cerebral. Apenas seus olhos
respondem aso estímulos cerebrais. Por isso Nicklinson começou a
utilizar um sistema de alta tecnologia, que lê os movimentos de seus
olhos, para se comunicar.
Através das breves mensagens do Twitter, o britânico se comunica com
cerca de 15 mil seguidores na internet. E através da rede social, em seu
perfil @TonyNicklinson, ele fala de seu desejo de fazer um suicido assistido.
Ele luta há anos na justiça para obter a permissão para programar sua
própria morte, e no início deste ano, o pai de dois filhos e morador de
Wiltshire, ganhou o direito de pedir a um tribunal que autorize um
médico a ajudá-lo a acabar com a sua própria vida. Aguardando a decisão
judicial, ele afirma que o derrame cerebral acabou com os seus sonhos e
com a sua vontade de viver.
Entre as centenas de mensagens de apoio que ele recebe, surgiram
cristãos que decidiram pedir que ele não se suicide. Muitos falam sobre o
amor de Deus, e algumas pessoas dizem orar pela sua cura, enquanto
outras o lembram de que ele não deve perder a esperança.
Em resposta a manifestação desse desejo, uma pessoa escreveu para
Nicklinson: “Eu acredito em milagres e pedirei por você a Deus que vai
curá-lo um dia. Deus te abençoe, Ele te ama muito…”, e uma outra disse:
“Eu acho que você tem o direito de fazer o que deseja, mas eu gostaria
que você soubesse quantos de nós realmente se importam”.
A resposta para esses apelos foi: “As pessoas querem saber se eu vou
mudar de ideia por causa do Twitter, vamos ouvir o primeiro julgamento e
talvez eu possa dizer”.
Em uma entrevista ao jornal The Independent, Nicklinson disse qual
sua real opinião sobre o assunto e as mensagens que recebe. “Eu acredito
que é um dos principais direitos de uma pessoa é o de ser capaz de
determinar quando, onde e como acabar com a sua própria vida. Toda essa
conversa sobre a vida ser um dom de Deus e que só ele pode decidir
quando a vida de uma pessoa pode acabar é um lixo total. Não aceito que
os outros tenham o direito de me dizer o que posso e o que não posso
fazer por causa de uma fé que eu não tenho. Para o seu registro, eu sou
ateu”, explicou.
Fonte: Gospel+